Eletroterapia
A Eletroterapia consiste no uso de correntes elétricas dentro da
terapêutica. Embora seu desenvolvimento tenha se aperfeiçoado mais apenas nas
últimas décadas, já na Antiguidade seu uso era empregado. Os registros mais
antigos datam de 2.750 a.C., quando eram utilizados peixes elétricos para
produzir choques nos doentes e assim obter analgesia local.
Os aparelhos de eletroterapia utilizam uma intensidade de corrente muito
baixa, são miliamperes e microamperes. Os eletrodos são aplicados diretamente
sobre a pele e o organismo será o condutor. Na eletroterapia temos que
considerar parâmetros como: resistência, intensidade, voltagem potência e
condutividade.
Resistência é a dificuldade com que os elétrons percorrem um condutor. A
resistência é medida em unidades chamadas Ohms e é representada pela letra R.
Pode-se dizer que quanto maior for a quantidade de elementos resistivos se
opondo a corrente maior será a resistência encontrada pela mesma ,visto que a
resistência tem propriedade somatória. A relação existente entre os parâmetros
elétricos é definida pela Lei de Ohm que simplificadamente nos diz que a
corrente, num circuito elétrico, é diretamente proporcional à voltagem que é
aplicada e inversamente proporcional à resistência do circuito. A Resistência
gerada pela pele é chamada de impedância cutânea(Z) sendo o maior obstáculo as
correntes de baixa frequência. Essa impedância também sofre variações por
fatores como: Temperatura, pilosidade, gordura, espessura da pele, suor,
umidade, tipo de eletrodo. Em relação à intensidade podemos utilizar o
estabelecido pela Lei de Ohm.
Os equipamentos atuais empregam diferentes tipos de correntes, onde o
aparelho emite a energia eletromagnética que é então conduzida através de cabos
condutores até os eletrodos que ficam aderidos à pele do paciente. Outras
formas incluem a utilização de agulhas ao invés de eletrodos, sendo este
emprego mais reservado ao uso para terapia estética ou para métodos
diagnósticos.
Existe uma diversidade de correntes que podem ser utilizadas na
eletroterapia, cada qual com particularidades próprias quanto às indicações e
contra-indicações. Mas todas elas têm um objetivo comum: produzir algum efeito
no tecido a ser tratado, que é obtido através das reações físicas, biológicas e
fisiológicas que o tecido desenvolve ao ser submetido à terapia.
Uso Terapêutico da
Corrente Elétrica:
• Controle da dor aguda e crônica;
• Redução de edema;
• Redução de espasmo muscular;
• Minimização de atrofia por desuso;
• Facilitação da reeducação muscular;
• Fortalecimento muscular;
• Facilitação da cicatrização tecidual;
• Facilitação da consolidação de fraturas;
• Realização da substituição ortésica
Classificação das Correntes
As correntes utilizadas
em eletroterapia podem ter efeitos eletro-químicos, motores ou sensitivos.
Podem variar ainda quanto à freqüência e as formas de onda. Para uma boa
compreensão sobre os efeitos da eletroterapia, é importante ter em mente alguns
aspectos básicos relativos à corrente elétrica, freqüência de onda, forma de
onda.
Classificação quanto às frequências
• Baixa Freqüência: 1 a 1.000 Hz mas utilizada na prática
clínica a faixa de 1 a 200 Hz. Corrente Galvânica, Farádica, Diadinâmicas, Tens
e FES.
• Média Freqüência: 1.000 a 10.000 Hz, sendo utilizado na
eletroterapia de 2.000 a 4.000 Hz. Interferencial e Corrente Russa.
• Alta Freqüência: 10.000 Hz a 100.000 Hz. Ondas Curtas,
Ultracurtas, Decimétricas, Microondas, Ultra-som (Ultra-som Terapêutico).
Classificação quanto às formas de ondas
Formas de ondas:
• - Retilínea: direta ou contínua, polarizada. Ex: Corrente
Galvânica Efeitos: aplicação dos medicamentos por ter polaridade definida;
hiperemia e vasodilatação.
• - Quadrática: alternada, despolarizada. Ex: Tens,
Ultra-excitante, Corrente Russa, SMS. Efeitos: analgesia, contração,
estimulação muscular de força.
• Exponencial: polar e apolar Ex: Corrente Farádica Efeitos:
contração muscular
• Senoidal: alternada, bifásica, simétrica, apolar. Ex:
Corrente Interferencial
• Semi-senóide: monofásica, polar ou apolar. Ex: Diadinâmicas
de Bernard: DF, MF, CP, LP, RS.
• - Triangular: apolar ou polar (dependendo do aparelho),
monofásica, alternada. Ex: Corrente Farádica.
• Quadrática com Triangular: apolar, alternada, bifásica,
assimétrica. Ex: só existe no TENS.
• Ondas simétricas: quando a geometria dos semiciclos é
invertida em relação ao 0V.
• Ondas assimétricas: quando a geometria dos semiciclos é
diferente.
• Monofásica: quando a onda existe somente em um dos
semiciclos, sendo bloqueada no outro semiciclo. Neste caso a onda é
necessariamente assimétrica.
• Bifásica: quando a onda existe nos dois semiciclos. Pode
ser simétrica ou assimétrica.
Eletrodos
Os Eletrodos constituem a interface que transmite a corrente elétrica
através da pele do paciente nas sessões de eletroterapia. Com isso há uma
grande melhora no desenvolvimento fisico do paciente. Os eletrodos são fixados
à pele do paciente em duplas, para que a corrente emitida pelo aparelho passe de
um eletrodo para o outro. Quando a corrente atinge um eletrodo, a energia é
então transmitida pelo tecido e irá se propagar através dele até atingir o
outro eletrodo-par. Sendo assim a corrente elétrica fica correndo pelos tecidos
de um eletrodo ao outro. No caso das correntes polarizadas haverá sempre um
predomínio de direção que dependerá do posicionamento dos pólos dos cabos
condutores, onde a maior parte das cargas elétricas irão ser conduzidas em um
único sentido. Esse é o caso da Corrente Galvânica. Já nas correntes não
polarizadas não existem pólos definidos e a energia é transmitida tanto do
eletrodo A para B, como de B para A, sem qualquer acúmulo de cargas ou
predomínio de sentido da corrente. Estão incluídas aí as correntes Farádicas,
Diadinâmicas, TENS e Interferencial.
Tipos de Eletrodos
• Borracha(Silicone Carbonado): necessita da utilização de um
gel para facilitar a passagem da corrente elétrica. A borracha dos eletrodos é
feita com carbono que aumenta a condutividade. Diferente dos chinelos de
borracha.
• Adesivo ou Silicone: dispensa o uso de gel. É só colar. Tem
um tempo de vida útil que varia de 10 a 15 utilizações, sendo depois é
descartado. Podem ser molhados para aumentar a condutividade.
• Esponja: molha, retira o excesso de água e coloca no
paciente. Aumenta a condutividade. Utiliza-se principalmente para a corrente
polar (Galvânica).
Nenhum comentário:
Postar um comentário